A tradição popular é repleta de histórias encantadoras, cuja beleza reside não apenas em sua narrativa, mas também no significado profundo que carregam. Hoje, gostaríamos de compartilhar uma dessas histórias com você, uma lenda maravilhosamente poética que envolve uma planta comum, mas de caráter excepcional: o alecrim.
A saga começa na época da fuga da Sagrada Família para o Egito, uma viagem épica em que Maria carrega o Menino Jesus nos braços. Naquela ocasião, as flores se abriam em reverência à passagem da divindade infantil. O lilás estendeu seus galhos magníficos, e o lírio desdobrou seu cálice esplêndido. Mas um arbusto simples, o alecrim, sentiu-se triste e inadequado. Não possuía pétalas notáveis, nem exibia a beleza estonteante de seus companheiros florais.
Cansada da longa viagem, Maria parou à margem de um rio para lavar as roupinhas do menino. Buscando um lugar para estendê-las, ela notou que o lírio quebraria sob o peso, e o lilás estava alto demais. Então, ela se virou para o humilde alecrim.
E assim, sobre o alecrim, foram estendidas as pequenas roupas. O alecrim, agradecido pela nova oportunidade de servir, suspirou de alegria. Ele sustentou as roupas ao sol durante toda a manhã, provando que mesmo a mais simples das plantas poderia desempenhar um papel essencial.
"Obrigada, gentil alecrim!", disse Maria. E então, ela abençoou o arbusto: "Daqui por diante ostentarás flores azuis para recordarem o manto azul que estou usando. E não são apenas flores te dou em agradecimento, mas todos os galhos que sustentaram as roupas do pequeno Jesus serão aromáticos. Eu abençoo folha, caule e flor, que a partir deste instante terão aroma de santidade e emanarão alegria.”
E é assim que a lenda nos conta a origem do aroma característico e das belas flores azuis do alecrim. Mas talvez o que seja ainda mais importante, a história do alecrim nos lembra que todos nós temos uma parte essencial a desempenhar no grande esquema das coisas. Que todos nós somos valiosos e temos a capacidade de trazer alegria e utilidade para o mundo, não importa quão insignificantes possamos parecer.
Que a lenda do alecrim nos inspire a valorizar a humildade e a beleza que reside em cada um de nós e a acreditar no poder de nossa própria essência. Afinal, cada um de nós tem a capacidade de florescer em nossas circunstâncias únicas, tal como o humilde alecrim.
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Um abraço,
Christina Matias e Léia Estevão
Fundadoras da Quantic Flora